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Estou colocando as críticas e nem falei da viagem. Foi óóótima !!, uma correria, ensaios na Cap15 - um lugar incrível de pessoas especiais no canto de Marseille - pra relembrar os arranjos, familiarizar musicalmente com todos, experimentar comidas, vinhos, frio, calor, sol e chuva. Foram três semanas intensas, que agora em São Paulo vêm à memória com uma força mais surpreendente ainda de pensar que já passou. Um furacão bom. Cantar ao vivo e com público na rádio France Inter pra - eles falaram - dois milhões de pessoas ! ! ! ! .. .. . uau.



Revista Trois Couleurs março 2011
LE BOUDOIR
cd -théque – Les Disques Bien, de melhor em melhor


BEM ENTENDIDO
Por Wilfried Paris

Últimas novidades do selo de qualidade Les Disques Bien, coletiva de tropicalistas cartesianos que fazem o grande salto de Marseille a São Paulo, com Hortênsia du Samba, e o folclore de vanguarda com Emmanuelle Parrenin.

Depois do lançamento neste outono de Mes Propriétés de M-Jo, onde a canção francesa docemente canabalizava a languidez brasileira, Les Disques Bien (Flóp, French, etc.) apresentam Hortênsia du Samba, seja o encontro do marselhês Stéphane Massy (aqui como Tante Hortense, cantor desgarrado, poeta atraente) e do trio Revista do Samba (renovadores de São Paulo), confirmam a filiação tecida com Saravah de Fontaine, Higelin e Barouh nos anos 1970. Como os filmes de Jacques Rozier na mesma época, Hortênsia du Samba dá a entender o acordo que a música torna possível entre indivíduos que um oceano separa: berrichon e carioca, francês e português, ritmos e canções se juntam aqui em um idioma comum que permite, segundo Stéphane Massy, “a ignorância, naif ou voluntária, de costumes em vigor no quadro de um encontro entre indivíduos vindos de culturas diferentes. Não há respeito a priori ao que o outro traz, pode-se desnaturar tudo. A gente pode pegar o que entende, mesmo se a gente tenha entendido mal: não é um insulto, é antropofagia cultural”, do nome de um movimento importante do Brasil do entre guerras, levado a cabo essencialmente por Oswald de Andrade. Longe do exotismo turístico, é o respeito do indivíduo e de sua cultura que Hortênsia du Samba expõe.
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